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Penso Rápido

Pequenos Remédios, para as comichões do dia-a-dia.

Penso Rápido

Pequenos Remédios, para as comichões do dia-a-dia.

Ora...

...escuta.

Escuta o teu corpo, quando ele manda parar, aninhar-se, sossegar. Mexe-te quando for a vez disso. Às vezes ele pede, outras vezes não. Mas ele fala contigo, todos os dias, mais do que uma vez. Dá-lhe o que ele precisa. Ele trabalha sem parar. Ignorar é que não. Ele faz tanto, com a pouca atenção que lhe damos. É um templo. Sagrado. Uma bênção. Escuta.

Escuta o teu coração. Centro de sabedoria imensa onde todas as respostas de verdade se encontram. Nem sempre em sintonia com o resto, com o mundo, com a vida, com os outros. É o Teu coração, o teu sentir que tem de fazer sentido. É lá que se guardam segredos, sonhos, pecados bons, experiências de bem-guardar, de bem-querer. Escuta

Escuta os teus amores-perfeitos. Os que no meio de temporais estão à chuva, à tua espera. Vezes infinitas. Que te roubam sorrisos, que te obrigam a trilhar caminhos que mesmo sem o saberem te fazem pôr um pé, à frente do outro. Quantas vezes? Mil vezes milhões infinitos. Escuta-os. São os teus amores-perfeitos.

E escuta a tua alma. A energia que liga tudo o resto. Que dá a cor dos dias, que regula, que te quer bem e que te mostra o caminho, uma vez, duas vezes, três vezes. Que com a sua imensa paciência e saber te vai mostrando luzes de felicidade, formando comboios de dias luminosos. Apanha a carruagem certa. Se te enganres, não faz mal. Continua a tentar. Um dia o rumo será tomado. Ela sabe. Escuta-a. 



Escuta, porque faz bem. 



Exercício 1#



  1. Pega no cronómetro e marca 2 minutos. Põe a contar.
  2. Fecha os olhos e Escuta: corpo, emoções e os teus amores-perfeitos.
  3. Quando tocar, regista tudo o que pensaste e sentiste.


Do dia de hoje

Num momento em que ainda se está no espanto é também para pensar no a seguir. Qual a responsabilidade pessoal e individual de travar o que não faz sentido e contribuir para algo melhor. E cabe a cada um de nós. E começa agora. Aliás, começou já ontem, a semana passada e na semana anterior.

Há quem tenha mais impacto no mundo global e que com uma assinatura ou um aperto de mão, influencia a vida de milhares. Sim, de acordo.

Mas isso não tira a responsabilidade individual de se continuar a fazer melhor, hoje, agora, amanhã e depois. A-cada-um-de-nós-que-está-incrédulo. 

E esta palavra que me veio hoje de manhã à mente.











Quando me sair a lotaria

As questões do ensino não são consensuais. São demasiado importantes para o serem e cada um tem a sua opinião. Mesmo quando se fala do número um de ensino com sucesso, de felicidade e de realização. 

A Finlândia é o número um. Há livros que explicam e exploram esta questão. E há também este documentário muito breve, que faz refletir sobre o que se anda a fazer por lá e que necessariamente nos faz pensar em cá. Pela insistência em cargas horárias cada vez maiores quando está comprovado que menos, é mais. Por remeter para segundo plano a Música, a Expressão Motora, a Poesia, a Culinária e tantas outras áreas do saber, tão ricas. Continua-se a perguntar a filhos e sobrinhos, as notas de matemática e português. Remete-se para segundo plano "as outras", mais enteadas desta relação de ensino.

Está comprovado que de uma hora de formação ou aulas, a não ser que se fomente a atenção ativa e focada, o ser humano retem 10 minutos. 10 minutos. Em em alguns casos, 10 loooongos minutos. 

Menos horas de aulas resultam em máximo desempenho, num curto espaço de tempo, a mais tempo livre, para o desenvolvimento em outras áreas tão ou mais importantes que as académicas. Continuamos a ter ministros e secretários de estado que criam os seus  CV fantasmas, por falta de princípios e valores éticos de base, mas também porque se valoriza o formalismo académico, em detrimento de competências reais e efetivas de muito bom desempenho

Às vezes é difícil defender alunos que se percebe que não encaixam no sistema atual e por isso são apelidados de casos de insucesso ou em perigo de abandono. Bastaria mudar-lhes o cenário e rapidamente o paradigma de sucesso individual, mudaria do preto, para dias cheios de cor. Alguns crescem a acharem-se insucessos só porque não encaixam dentro do quadrado. Como fazê-lo, se eles são triângulos, circunferências irregulares e um sem número de outras formas que não as convencionais? 

Por isso, quando faço aquele exercício-ultra-científico de "Quando me sair a lotaria o que vou fazer..." para além de outras coisinhas mais mundanas, vem-me sempre isto à baila: criar uma escola de raíz como a sinto na alma e coração. Mais assim, como se pode ver a seguir.

A escola precisa de sair do quadrado. É urgente ver isto.









Maratonas à parte

Julgo que das últimas vezes que corri a sério devia de ter uns 7 ou 8 anos. Eram competições de escola e que até não tinham corrido mal. Eu fazia parte da minoria étnica portuguesa, por terras germânicas, normalmente não apontada. Contudo, cedo se desenvolveu, por dentro, este sentimento de orgulho em ser portuguesa e mesmo assim competir no seio de uma comunidade que não o era. Na grande maioria das vezes, fui muito acarinhada. 

Por uma série de circunstâncias da vida, a atividade física foi ficando para trás, retomada aos solavancos de inícios e paragens, de acordo com o sabor da vida e da vontade de lhe dar a volta. 

Há mais ou menos seis meses retomaram-se as caminhadas. Há mais ou menos um mês, no contexto de puxar uma querida amiga, de uma zona cinzenta, desafiei-a a irmos correr uma maratona, ou uma meia. Eu. Desafiei.A.Correr. 

Entenda-se. A última vez que corri mais a sério tinha 7 ou 8 anos. Não conta as vezes que corro atrás dos miúdos, para ver se  não se estatelam no chão ou a jogar à apanhada. Portanto, uma meia-maratona. Concerteza. 21 loooooongos quilómetros. Sim senhor. 

A zona cinzenta dela passou e agora era preciso decidir se o desafio se mantém ou não. Se isso sequer faz sentido e para quê fazê-lo. Há atualmente um culto à volta das corridas. São modas, esta por acaso até impulsiona a uma vida mais saudável, por isso, menos mal. E sim, há uma questão química forte com a libertação de hormonas de prazer e que tornam esta atividade, aos poucos viciante. A superação de limites, de tempos, de resistências. O espírito de grupo que se sente. Uma motivação forte e crescente conquistada a cada passo. 

Neste ano do Sim, um dos desafios propostos é sair da zona de conforto só assim para ver os limites (será que existem?) que nos impomos, olhar na cara, as desculpas que inventamos. 

Sair da zona de conforto implica rever valores, ampliar formas de percepcionar a vida, mudar paradigmas. Os nossos, os de sempre, para outros que nos façam sentir o fluxo da vida, todos os dias. 

Portanto, isto começou mais ou menos há um mês. Tenho uma amiga de corrida, que corre comigo a 280km de distância. Chamo-lhe coache-mai-linda. Faço-lhe muitas perguntas e ela, com a sua grande paciência de entrega, responde a todas e incentiva-me aos Sins de cada passo que dou. Das primeiras vezes em que dei corda às sapatilhas, as imagens que me apareciam à frente eram, mais ou menos por esta ordem: uma maca, o número do INEM, pessoa-verme-a-arrastar-se-pelo-asfalto. 

Aos poucos vou percebendo que é um processo, que mais do que a meta, todo o caminho é que importa, mais do que tempos ou velocidades, é esta capacidade de levantar cedo, arrastar-se porta a fora e quer chovisque, quer faça geada, por um passo à frente do outro. Apenas isso. Um passo de cada vez, olhar em frente e apreciar o caminho. 

Neste momento, vejo todo este processo como uma metáfora de vida, onde o caminho é valorizado, para além do ansiado objetivo final. Mais do que uma transformação física é esta capacidade de nos superarmos em termos emocionais e psicológicos. Neste caso é a corrida, podia ser outro desafio qualquer.

Ontem, por coincidência (ou não!), enquanto fazia exercícios intensos e ultra-elaborados aos braços, passando roupa a ferro, ao zapingar os canais de TV, parei numa reportagem emocionada do vencedor de um trail decorrido, há poucos dias, na costa vicentina. Dizia ele, com a vez embargada, após mais de 5 horas longas de prova, que até se pode ter toda a preparação física do mundo, no fim, o que conta é o que se passa na cabeça. Atrevo-me a acrescentar que o coração também tem uma palavra a dizer. 

Vamos ver como vai decorrer toda esta preparação até março. 

Ontem foi a maratona do Porto e houve gente bonita a correr por lá. 
Ontem, pela primeira vez, fiz 3 km, a correr, sem parar. E para mim, teve o sabor de uma maratona. A minha. E fiquei feliz na chegada à meta. Agora...é continuar.







Andar às voltas

Há um caminho. O de cada um. Com mais ou menos voltas, subidas e descidas. Às vezes pára-se, ou por falta de forças, ou porque é preciso descansar. É também porque muitas vezes não se sabe muito bem que rumo tomar. 

Há dias em que se olha em frente e vê-se muito pouco. Olha-se para trás e entre o passado e o medo do futuro, duvida-se do que deve ou não seguir, estar, sentir.

Nesses dias o melhor é mesmo parar um pouco. Recuperara fôlego, voltar ao que interessa, rodear de gente de bem, que nos quer bem, que nos conhece e sabe que o melhor está para vir...no minuto seguinte. Cada minuto conta. 

Respira-se de novo, em ritmo mais lento para recuperar as forças, o ânimo e aquela crença de que tudo vai correr bem. Porque vai mesmo quando se teima em acreditar que o mais importante está dentro de nós. A cada passo que se dê, a responsabilidade é a de cada um conseguir e fazer por conseguir, exatamente aquilo que o faz sorrir. 

Ontem foi um desses dias em que o desânimo apertou um pouco e a receita não falhou. Rodear das pessoas certas. Parar. Respirar uma e outra vez. Aceitar que esses momentos fazem parte. Acreditar de novo, que a seu tempo, as forças do bem se alinham. As de cada um, numa mistura de ingredientes individual. 

E ver para além do imediato, aceitando as pequenas-grandes bênçãos que o dia oferece:

Um livro que me veio parar às mãos e relembrou uma parte de quem sou. 

Esta notícia que confirma os mistérios e o poder da mente humana, com um português bem conhecido, que mesmo longe ajudou um jovem em terras frias.

Acreditar? Sempre, na receita da verdade de cada um.


Ela disse Sim

Há uma hora, uma vez por semana, cá em casa, que o mundo pára e tudo à volta não existe. Já expliquei que aquilo é o meu Sporting cá de casa, com a grande vantagem de não entrar em campeonatos, nem polémicas. Apenas, naquela hora, já depois dos miúdos na cama, sou eu, o sofá, uma caneca de chá e em alguns dias, lenços de papel. 

E aquela série, sujeita a Temporadas, umas melhores do que outras, mas aquele episódio semanal. Aquilo é a minha catarse semanal. Está ali gente que não é perfeita, que chora, que ri, que grita, que admite que a vida nem sempre corre bem, que tem dias de m... que se quesitona, que não quer saber. Está gente, que é gente. Aquilo conforta-me. Ver gente de carne e osso. 

A mente que está por detrás disso tudo escreveu um livro, com título sugestivo de vendas contagiantes mas que tem um motivo de ser. Li o livro em menos de uma semana. É daquele género de livros com quem se têm casos ao final do dia, no aconchego da cama e que é difícil de parar de ler. Não é uma obra digna de prémio Nobel. Mas é leitura sincera, verdadeira que mostra e expõe a suas fragilidades, aliás, tão comuns a qualquer um. Onde se grita, se ri, se expõe em limiares de decência mostrando uma perspectiva realista do que os dias podem ser, para lá do imediato previsto, se se estiver disposto a dizer mais vezes ... SIM. 

Ela disse sim. Aliás, ela disse sim um ano inteiro e se o começo foi um pouco desastroso, a continuidade do sucesso, fez com que o prazo de um ano, continuasse como forma de vida e estar. 

Para ler, devorar e pensar... como seria o meu, o teu, o nosso Ano do Sim. 
Para começar ontem, hoje e agora. Vamos dizer mais vezes SIM?



Porque não?



"Alguns Homens vêm as coisas como são e perguntam Porquê?

Eu sonho com as coisas que nunca foram e pergunto Porque não?"

George Bernard Shaw



Perdidos e Achados

Corri a cozinha.

Vi por baixo da cama.

Por baixo do sofá.

Fui ao quarto dos miúdos.

Vi de novo, na estante dos sapatos.

Hoje estava mais frio e quis trocar os chinelos de verão pelos de inverno. Voltei a procurar de novo porque tendo meias calçadas é difícil de calçar chinelos de dedo. 

Desisti. Calcei umas sabrinas e fui estender a roupa. Quando já estava a pousar a bacia da roupa... lá estavam eles, a espreitar. Quietos na sua quietude de chinelos. 

As vezes que isto acontece quando se perde alguma coisa. As vezes. 
Com os chinelos e com tudo o resto na santa vidinha: a serenidade, a paz, o amor, as relações. Basta parar de os perseguir que nos aparecem na frente. 

Isso e estas meias que assim já não são precisos outros chinelos.




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